Amigos imaginários

Amigo imaginário é um fenômeno social, caracterizado por uma pessoa, um animal ou qualquer outra criatura inventada, geralmente por crianças, com comportamento e personalidade elaborada.

O fenômeno, em geral, é normal, pode ser observado em crianças saudáveis e ajuda no desenvolvimento cognitivo, como na linguagem e criatividade. Estima-se que até 25% das crianças primogênitas possam ter amigos imaginários. E a Anna Beatriz faz parte desse grupo.

Sim, ela tem amigos imaginários, e não é só um não, são muitos, muitos mesmo. Sempre me falavam que com o tempo eles iriam embora, mas quanto mais o tempo passa, mais amigos imaginários ela arruma... hahaha.

O primeiro foi o Guli, ela começou a conversar com ele com pouco mais de um ano, logo que começou a falar. O Guli é sem dúvida seu melhor amigo imaginário, é até hoje o mais presente. Mas com o tempo surgiram o Atki, o Agui, Bube, Upu, Iti, a Lilia, a Giovana e outros...

Esses dia eu e o Fábio nos vimos em uma roda enorme (só estávamos nós três), ela pedia para darmos a mão para um e para outro, e assim fomos... brincando de roda cutia... Eu, Fá, Anna, Guli e toda a tropa.

Quando a Marina nasceu pensamos que eles iriam embora, mas não, eles continuam aqui e às vezes vão passear conosco também. Eu tinha até um pouco de medo, ela falava com tanta convicção que eles estavam ali, que eu ficava assustada, mas agora já me acostumei com a presença deles e até gosto. Sei que um dia eles irão embora e aí sentiremos muitas saudades. Saudades de ver a Anna brincando, brigando, ensinando, cantando, contando histórias e soltando sua imaginação com toda a turma.

Cadê o meu bebê?!

É duro de assumir, mas um dos meus bebês já não é mais um bebê...

A Anna cresceu... e cresceu rápido... tão rápido...que já deixou saudades.

Foi aos poucos, devagarinho, mas agora com ela aqui do meu lado dormindo, eu olho e penso... Já é uma mocinha, tá enorme, magrelinha. Corpinho de menina. Ainda dorme com a chupeta, mas é a uma das poucas coisas em que lembra um bebê, e só em pensar em tirar dá um aperto.

Quando ela completou dois anos tiramos a fralda do dia, por vontade dela própria, que já não queria mais colocar fraldas. Eu ia deixar para tirar a da noite quando completasse três, mas bem antes disso, conseguimos tirar naturalmente. Esquecemos de por um dia (eu tinha que colocar depois que ela dormisse, pois já não aceitava), depois esquecemos outro e outro, e mais outro e ela sempre acordava sequinha. Aí resolvemos arriscar e não é que deu certo. Ela já deu umas escapadelas, mas é natural, e da para contar nos dedos... e de uma só mão. Ao contrário da fralda diurna a noturna não deu trabalho nenhum.

Decidida desde sempre, está cada vez mais independente. Não consigo escolher sua roupa de jeito nenhum, logo que acorda ela já fala: - Mamãe, você me arruma?! E lá vem ela com o traje escolhido, isso quando já não vem pronta... a bonitinha!! E perua como só ela sempre quer por brilhos, sapatos de festas e tal...

Além de escolher a sua, às vezes ainda quer escolher a minha, ou dar uns pitacos. Essa blusa é bonita, eu não gosto de calça... essa blusa é de vó (é, ela me disse isso)... Ela é sincera! Mas quase sempre elogia: - Mamãe, você está tão linda!!

E eu fico tão feliz, porque sei que foi verdadeiro.

Essa semana fui lanchar com umas amigas e avisei que ia pegá-la na escola para ir junto, quando estávamos indo ela começou a choramingar... - Eu não queria ir de uniforme, é feio. Eu já tinha "recolhido" a roupa para ir.

E eu aguento?!

E até essas escapadelas com as palavrinhas estão cada vez menos frequentes. Ela tenta inclusive falar conjugando direito: Quando formos, se eu recebesse... Pode?? Tentando falar bonito às vezes solta umas hilárias...haha

Minha filhota está se tornando uma ótima companheira, parceira mesmo, nós saimos juntas para almoçar, passear no shopping, fazer compras, assistimos filmes, lemos... enfim...
Somos A-M-I-G-A-S

E me orgulho muito disso meu eterno bebê.